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Gravitação Newtoniana e Leis de Kepler

Podemos observar a olho nu 5 planetas: Mercúrio, Vênus, Júpiter e Saturno (a descoberta de seus anéis foi feita por Newton, que conseguiu, na época, desenvolver um telescópio com ampliação suficiente). Como são observáveis, a existência desses planetas é conhecida desde praticamente o início da humanidade.

A origem da palavra planeta é de uma palavra grega que significa errante, devido ao fato de as órbitas dos planetas, em relação a um observador na Terra, apresentarem uma trajetória não circular ou elíptica. Em certas épocas os planetas tem um movimento retrógrado em relação a Terra, ou seja, a trajetória desse planeta parece um laço. Esse movimento é conhecido como movimento errante dos planetas. Mercúrio, por exemplo, apresenta esse movimento 3 vezes por ano para a gente. Várias foram as explicações para esses movimentos. Como o céu é um grande laboratório e causa grande fascínio, muitos  estudiosos se dedicaram a tentar explicar o Universo, a sua origem, a nossa posição em relação ao Sol e a outros planetas, o movimento dos planetas, formação e etc. Podemos falar de Platão, com a sua ideia de que o Universo deveria ser explicado em termos de formas geométricas perfeitas (círculos e esferas) e de movimentos uniformes, Ptolomeu, com a ideia de que os planetas realizavam órbitas circulares sobre um círculo cujo centro se move com movimento circular sobre um outro círculo, chamado de deferente, com centro na Terra, explicando, assim, o movimento retrógrado dos planetas.

Mas, sem dúvida, um dos grandes nomes da gravitação foi Nikolaus Koppernik (1473-1543), ou Copérnico, como conhecemos. Ele ressurgiu com a ideia do modelo Heliocêntrico, ideia essa proposta pelos gregos no século III A.C., que havia sido derrubada por alguns motivos, entre esses, a ausência de paralaxe estelar. Se a Terra se movesse em torno do Sol, o ângulo aparente entre as direções de duas estrelas fixas vista da Terra seria diferente em diferentes épocas do ano, e esse efeito nunca foi observado. O argumento fazia sentido, fazendo com que essa ideia de Heliocentrismo fosse deixada de lado. O erro dessa argumentação é que, as estrelas que observamos parecem estar próximas mas, na verdade, estão a anos-luz de distância. Tão distantes que o efeito não é observável (só em 1838, com avanço de telescópios).

Copérnico conseguiu, pela 1ª vez, medir as distâncias dos 5 planetas mencionados anteriormente (visto a olho nu) em relação ao Sol. Na verdade ele criou uma escala relativa. Por exemplo, ele mediu a distância de Mercúrio até o Sol e encontrou 0,3763 rT, onde rT é a a distância Terra-Sol. O impressionante é que medida atual, com todo o avanço tecnológico, é de 0,3871 rT. Conseguiu também calcular o seus períodos (tempo para dar uma volta no Sol). O de Mercúrio, por exemplo, encontrou 87,97 dias, o mesmo valor que conhecemos hoje!

Para entendermos o quão desconfortável era toda essa ruptura no âmbito não só científico, mas também religioso, em 1600, Giordano Bruno, que havia defendido a doutrina de Copérnico, bem como a ideia de que o universo é infinito e que existem vária estrelas parecidas com  Sol, foi queimado em Roma, por ordem da Igreja.

Alguns outros estudiosos se basearam nas ideias de Copérnico e deram continuidade aos seus estudos. Em destaque temos Tycho Brahe e Kepler, o seu assistente. Kepler, após anos de trabalho, percebeu que as trajetórias dos planetas não eram exatamente circulares, como Copérnico propôs, mas sim levemente ovalada, com o  Sol no eixo, mas não no centro, como também proposto anteriormente. Descobriu que a órbita de Marte era uma elipse, com o Sol em um dos focos, e que o mesmo valia para os outros planetas, obtendo assim a 1ª de suas 3 Leis:

1ª Lei de Kepler ou Lei das Órbitas:

“As órbitas descritas pelos planetas ao redor do Sol são elipses, com o Sol em um dos focos”.

Chamando-se a de semieixo maior e c a semidistância focal, a excentricidade da elipse (e) é e = c/a. Para e = 0, temos um círculo. A excentricidade dos planetas ao redor do Sol é baixíssima. A da Terra, por exemplo, vale 0,017, mostrando o motivo de ter levado muitos a achar que a trajetória era circular. Vênus é o dono da maior excentricidade, 0,206.

Kepler percebeu também que o módulo da velocidade dos planetas muda. A velocidade aumenta conforme se aproximam do Sol e diminui conforme vão se afastando, quebrando a ideia de movimento uniforme. Mas o motivo de isso acontecer, para Kepler, era a atuação de uma força no plano da órbita, tangencial a ela que variasse com o inverso da distância, ou seja, completamente errado (a força é central e varia com o inverso ao quadrado da distância). E, além disso, fez o cálculo errado das áreas varridas pelo raio vetor que liga cada planeta ao Sol. Mas, apesar de todos os erros, conseguiu, com sorte, chegar a um resultado certo:

2ª Lei de Kepler ou Lei das Áreas:

“ O raio vetor que liga um planeta ao Sol descreve áreas iguais em tempo iguais”.

Ou seja, em um mesmo intervalo de tempo, o planeta de deslocaria mais quando estava na região mais próxima em relação ao Sol (periélio) que na região mais afastada (afélio), mostrando que, na região mais próxima a sua velocidade seria maior.

OBSERVAÇÃO

Newton, mais tarde, conseguiu explicar de maneira correta a relação acima.

Kepler publicou essas duas leis em seu livro “ Astronomia Nova” em 1609. Quase uma década depois, perto da sua morte, publicou a 3ª Lei. Ele sempre tentou buscar uma regularidade com os raios médios das órbitas e o período de revolução dos planetas, até que, em 1618, conseguiu o que tanto buscava:

3ª Lei de Kepler ou Lei dos Períodos:

“ Os quadrados dos períodos de revolução de dois planetas quaisquer estão entre si como os cubos de suas distâncias médias ao Sol.” Ou seja:

Na mesma época, outro grande nome que se dedicou a ciência foi Galileu. Aperfeiçoou o telescópio, realizando uma série de descobertas. Verificou que a Lua não era uma esfera perfeita. Apresentava uma série de irregularidades em sua superfície. Descobriu os 4 satélites de Júpiter e mediu os seus períodos de revolução. Descobriu as fases de Vênus (movimento similar ao da Lua, devido ao seu posicionamento relativo ao Sol). Em 1633, foi condenado pela Igreja a ficar em sua casa perpetuamente após se redimir pelos seus “erros e heresias”.

Em 1642, após todas essas descobertas, nasceu Isaac Newton. Não conseguiria, nesse módulo, falar toda a contribuição de Newton para a ciência. Precisaria de um livro inteiro. Vamos nos ater apenas a algumas das contribuições de Newton na gravitação.

Aplicando a 2ª Lei de Newton em um planeta de massa m que realiza uma trajetória (aproximadamente) circular ao redor do Sol (massa M), temos que:

Esse é o módulo da força que o Sol exerce no planeta aponta para o centro da trajetória (resultante centrípeta). Mostrando, assim, que a força é inversamente proporcional ao quadrado da distância. Além disso, pela 3ª Lei de Newton, a força que o Sol faz em um planeta é igual ao que o planeta faz no Sol, em módulo, concluindo que a sua magnitude depende não só da massa do planeta, mas do produto entre a massa do planeta e a do Sol

Onde G é a constante universal. Esta é a Lei de Newton da gravitação.

Os estudos de Newton sobre corpos celeste (mecânica celeste) são fascinantes, mas vamos nos restringir, para sermos objetivos, a lei acima.

Podemos inferir, através de sua lei, que aceleração resultante que os planetas sofrem devido exclusivamente ao Sol, centrípeta, nada mais é que a gravidade gerada pelo Sol no ponto onde o planeta se encontra.

Generalizando essa relação, qual seria a gravidade em um ponto a uma distância R (sendo R o raio da Terra) da superfície da Terra (desconsidere a atuação de campos gravitacionais de outros planetas e do Sol nesse ponto)?

Velocidade de Escape

Vamos imaginar um foguete saindo da ação gravitacional terrestre (assunto discutido na leitura opcional do módulo anterior). Como o campo gravitacional é conservativo, podemos falar que a energia mecânica do foguete na superfície terrestre é igual a sua energia mecânica quando está a uma distância, onde não teria mais a ação gravitacional (“escapou” da Terra).

O problema é que não podemos falar que a energia potencial gravitacional vale mgh, já que a gravidade depende da distância do foguete até o centro da Terra. Quando falamos de um corpo caindo do alto de um prédio, essa preocupação não existe, uma vez que a gravidade é a mesma, tanto no alto do prédio quanto no solo (pensando no ponto mais alto da Terra, o monte Everest, com uma altura de mais de 8Km, como o raio da Terra é de aproximadamente 6370 km, podemos afirmar que a gravidade é praticamente igual a do nível do mar).

Nesse caso costuma-se tomar a energia potencial no infinito como zero (lembre-se que podemos tomar qualquer ponto como potencial zero. O que interessa é a diferença de energia potencial. Nos casos de queda-livre, costumamos considerar potencial zero no ponto mais baixo, geralmente no solo, conforme fizemos no módulo de energia).

Assim, a equação que exprime a energia potencial na superfície da Terra vale:

Essa é a energia potencial que um corpo de massa m sofre na superfície de outro de massa M.

Note que, conforme um corpo cai em queda livre, a sua energia potencial diminui (se aproxima da Terra). O sinal de menos acima pode ser explicado pelo fato de, conforme o corpo vai se afastando do planeta, a sua energia potencial deve aumentar, o que de fato, acontece.

Agora que sabemos a expressão de energia potencial, vamos voltar ao nosso foguete escapando da Terra. Vamos considerar que gastou toda a sua energia para escapar do planeta. Sendo assim, a soma das energias potencial e cinética iniciais do foguete deve ser igual a mecânica final, que é zero. Logo:

Onde ve é a velocidade inicial do foguete, chamada de velocidade de escape. Então:

Podemos substituir com a expressão da gravidade:

No caso da Terra (R ~6,4.106 m),  a velocidade mínima para escapar do planeta será:

Velocidade Orbital

Qual o módulo da velocidade que um corpo de massa m tem quando está em órbita a uma distância r de um planeta de massa M? Ou qual a velocidade orbital da Terra ao redor do Sol?

Basta lembrarmos que o módulo da aceleração centrípeta é equivalente a gravidade local, gerada por M:

Essa é a velocidade orbital do corpo de massa m. A distância média entre a Terra e o Sol é de aproximadamente 1,5.1011m e M = 2.1030 Kg (massa do Sol). Com esses dados podemos calcular a velocidade orbital da Terra:

Essa é a velocidade média com que a Terra realiza o seu movimento de translação. Lembrando que é média, já que, quando a Terra está no seu periélio, a velocidade é ligeiramente maior e, quando está no afélio, um pouco menor.

Problema do lixo espacial: Milhares de detritos estão, nesse momento, orbitando ao redor da Terra. Objetos de tamanhos variados. A maioria têm poucos centímetros, mas estão em altas velocidades, podendo causar complicações no momento de decolagem ou aterrissagem de uma nave, por exemplo, ou até mesmo destruir uma base ou satélite.

Vamos imaginar um objeto de 10 cm que está a 600 Km da superfície terrestre, ou seja, a aproximadamente 7000 Km do centro da Terra. Sabendo-se que a massa da Terra é de aproximadamente 6.1024Kg, teremos que:

São objetos a incríveis velocidade de quase 30.000 km/h! Repare o tempo que esse objeto leva para dar uma volta na Terra:

Após o lixo passar em certo ponto (na verdade é uma camada de quilômetros de lixo), podemos dizer, de modo aproximado, que há uma janela de 1h 30 min para atravessar a região.

Gravidade no Interior de um Planeta

Sabemos a expressão da gravidade a uma distância r do centro de um planeta. E se estivéssemos a uma distância r < R (R = raio do planeta)? Podemos fazer uma analogia com a questão do campo elétrico a uma distância r < R em uma esfera isolante de carga Q. Podemos criar uma espécie de gaussiana, onde apenas a massa dentro dessa superfície faria campo gravitacional no ponto:

Vamos chamar de m a massa dentro da região pontilhada da figura. Então:

Considerando a densidade do planeta uniforme, temos que:

Logo:

Perceba o caráter linear da função. A gravidade aumenta linearmente com a distância, até que r = R. A partir desse ponto, a gravidade diminui com o inverso do quadrado da distância, caracterizando uma hipérbole, conforme mostra o gráfico g x r abaixo:

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