Classes gramaticais IV- Pronomes demonstrativos, possessivos e indefinidos

PRONOMES POSSESSIVOS

Estabelecem uma relação de posse com as pessoas gramaticais, ou simplesmente denotam uma referência a cada
uma delas.

As formas seu(s), sua(s) podem causar ambiguidade, já que são usadas naturalmente para as terceiras pessoas e coloquialmente para as segundas, especialmente em lugar de vosso(s), vossa(s), em franco desuso na língua correntes.

PRONOMES DEMONSTRATIVOS

Assinalam a posição do objeto designado em relação às três pessoas do discurso. São usados normalmente em sua função espacial, mas permitem referências temporais e internas ao texto.

USOS DE DEMONSTRATIVOS

• ESTE, ESTA, ESTES, ESTAS E ISTO

Estes pronomes referem-se a substantivos espacialmente próximos ao enunciador do discurso; a relações temporais enunciadas no presente ou em um futuro próximo; ou nas antecipações, isto é, em referência a termos ainda não citados no texto, desempenhando função catafórica.

Exemplo.: Este menino ao meu lado é meu irmão.

• ESSE, ESSA, ESSES, ESSAS E ISSO

Tais pronomes fazem referência a substantivos espacialmente próximos ao interlocutor; a relações temporais enunciadas em um passado relativamente próximo; ou a termos anteriormente expressos no texto, desempenhando função anafórica.

Exemplo.: Esse livro que você está lendo é bom?

• AQUELE, AQUELA, AQUELES, AQUELAS E AQUILO

São usados especialmente para indicar substantivos próximos à terceira pessoa ou demonstrar distanciamento temporal ou espacial por parte dos falantes.

Exemplo: Aquela menina que passou por nós foi minha aluna.

Quando há referência a dois termos dentro de uma construção, retoma-se o mais próximo – ainda que em referência anterior – pelos pronomes este(s), esta(s) ou isto; ao passo que aquele citado em primeiro lugar pelos pronomes aquele(s), aquela(s) ou aquilo.

Exemplo:

Nelson Rodrigues falava sobre futebol; mais precisamente sobre Flamengo e Fluminense. Revelava sua paixão por este, enquanto gozava dos torcedores daquele.

PRONOME INDEFINIDO

Refere-se sempre à 3ª pessoa gramatical, situada de forma vaga, imprecisa, genérica, ou exprimindo uma quantidade indeterminada. Alguns desses pronomes podem introduzir ideias de conjunto. São muitas vezes confundidos com advérbios, a causa de sua significação ou por guardarem forma idêntica. Contudo, deve-se ressaltar que os pronomes têm função adjetiva – ligando-se a substantivos – ou função substantiva – caso em que representam as funções nominais nucleares.

Os indefinidos referem-se a pessoas, coisas e lugares, sem apresentar uma unidade flexional, isto é, há pronomes indefinidos variáveis – com flexão de gênero e número –, ao mesmo tempo em que existem aqueles que não apresentam variação em sua forma.

PARTICULARIDADES SOBRE OS PRONOMES INDEFINIDOS

Quando usado após os substantivos, o pronome algum assume valor de negação, equivalente ao sentido de nenhum.

Técnico algum resolverá os problemas do time.

O pronome cada funciona sempre como pronome adjetivo, devendo ser acompanhado de um elemento determinado, substantivo ou numeral.

Cada pessoa tem sua própria beleza.

Na vida, cada um cuida de si.

Em alguns casos, a própria classe gramatical varia segundo a posição do termo. Assim, algumas palavras são pronomes indefinidos quando antecedem o substantivo, mas transformam-se em adjetivos quando pospostos a esses mesmos substantivos, isto é, passam a ter uma significação nominal de função caracterizadora, em lugar do papel referencial pronominal.

O governo deve tomar certas medidas para conter a crise. (PRONOME)

O governo deve tomar medidas certas para conter a crise. (ADJETIVO)

O pronome bastante pode assumir forma adjetiva, funcionando como predicativo do sujeito em orações de predicação nominal.

Uma pizza tamanho família é bastante para todos nós.