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GÊNESE DA ARTE: DO PRIMITIVO AO CLÁSSICO

Arte é essencialmente representação. Os povos primitivos da pré-história deixaram as marcas de suas representações da realidade nas diversas paredes das cavernas em que habitavam e em, mais raros, objetos encontrados nos lugares em que viviam.

Em lugar de qualquer busca incessante pela beleza ou por padrões estéticos bem definidos, a arte primitiva surge diretamente da relação entre homem e natureza. Não se conhecem, evidentemente, todas as razões que levaram àquelas pessoas a registrarem sua realidade, mas os estudiosos reúnem diversas evidências de que as pinturas sejam retratos do cotidiano das comunidades. São imagens de animais como cavalos, bisões e rinocerontes, provavelmente ligados às atividades de caça do homem do período paleolítico.

Imagina-se que a arte rupestre tenha se iniciado há aproximadamente trinta mil anos antes de nosso tempo, segundo pesquisas advindas das descobertas de imagens na França e na Espanha, e representam basicamente os costumes daquelas pessoas. Entretanto, pode-se avaliar as características e as técnicas utilizadas para os registros pictóricos. As imagens nas cavernas são comumente organizadas de maneira sobreposta, com a utilização de pigmentos vermelhos, pretos, amarelos e mesmo brancos. É interessante notar que esses artistas primitivos utilizavam o pigmento preto para contornos e sombras, em busca de contornos e volume.

Entre a diversidade de técnicas desenvolvidas na época, percebe-se uma busca pela expressividade. Os animais maiores e mais fortes eram representados de maneira a valorizar a força e o movimento, enquanto os cervos e similares eram representados com leveza, revelando certa fragilidade. Um procedimento rudimentar comum era a trituração de diferentes rochas do qual se obtinha um pó colorido. Essa era a base, por exemplo, para a aplicação deste pigmento com a boca, por meio de “canudos” diretamente sobre a mão na parede, desenhando sua silhueta, como em uma imagem em negativo.

As formas eram simplificadas, com certa tendência a estilização das imagens, valorizando características além daquelas visíveis, como força, coragem ou mesmo em representações ritualísticas. Algumas pinturas foram encontradas em cavernas em lugares invisíveis para eles, por conta da completa escuridão dos locais ou mesmo em cavernas não habitadas.
Esses achados levaram estudiosos à hipótese da existência de cavernas santuários, nas quais havia pinturas de animais que não era caçados e estatuetas femininas. Tais estatuetas representavam mulheres idealizadas, de seios, barriga e ventre exagerados, de forma a ligar o elemento feminino à fertilidade e à vida, revelando a existência religião primitiva baseada no culto à deusa-mãe.

Arte na Antiguidade

Após a invenção da escrita, diversas civilizações da Antiguidade desenvolveram expressões artísticas, seja no campo ritual e religioso, seja para efeitos decorativos. A arte esteve presente na Antiguidade da mesma forma como se faz presente na atualidade: uma necessidade humana.

A construção de palácios e templos desenvolveu técnicas de esculturas e baixo-relevos, bem como elementos decorativos de interior e de fachada. Sumérios, assírios, persas e outros tantos usaram representações figurativas para construir narrativas de mitos religiosos e “nacionais”. Entretanto, é no Egito que esta arte começa a tomar forma de maneira regrada, com a definição de padrões e modelos.

A arte egípcia desenvolveu-se em arquitetura – desde as monumentais pirâmides às colossais e enigmáticas estátuas –, pintura, mobiliário, vestimentas e outras tantas vertentes. Uma arte de cunho principalmente religioso e político, mas também voltada à expressão agradável aos sentidos, como se prova com as inúmeras peças decorativas, como cerâmicas, em locais habitados por pessoas comuns.

Como característica, tem-se uma arte figurativa, que buscava retratar homens, animais e deuses em diversas atividades e situações diferentes. Figuras de linhas simples e padronizadas, apresentavam bidimensionalidade na pintura, com representações estáticas em posições fixas. Normalmente, o rosto e os membros apresentam-se de perfil e o troco representado frontalmente. A pouca variação estilística ao longo do tempo, demostra que havia regras de composição que eram ensinados aos “artistas” e que esses padrões eram mais importantes que a criatividade individual.

A arte grega

A arte produzida na antiga Grécia é, sem dúvida, o ponto de partida mais importante para entender a linha “evolutiva” da arte. Os gregos deram grande importância à arte ao longo do tempo, desenvolvendo obras de caráter impressionante e fundamentais até os dias de hoje.

Nos anos de 900 antes de nosso tempo, os gregos pareciam mais próximos à arte primitiva, apresentando esculturas estilizadas, figuras humanas e fantásticas ligadas a rituais e crenças e mosaicos de ornamentação abstrata, sobretudo usando formas geométricas. Foi o que se chamou “período geométrico”.

Influenciados pelos modelos egípcios de representação, não tardou para que os gregos adotassem técnicas semelhantes e passassem a uma representação mais naturalista das figuras humanas. O período arcaico, como ficou conhecido, foi marcado pela representação de jovens homens (kouros) e mulheres (koré) de corpo inteiro, com clara preocupação com detalhes corporais, incluindo representações musculares e vestimentas. Era o início de uma arte voltada à imitação, cujos valores estavam ligados ao estudo das formas da natureza e sua fiel reprodução como arte.

Em sequência, a arte grega entra em seu período clássico ou Era Helênica, um estilo absolutamente marcante na arquitetura, na pintura e na escultura. Pela primeira vez, registra-se conscientemente, uma arte que aspirava à beleza de forma definida e racional. Uma arte pensada e estudada, antropocêntrica e voltada ao prazer da representação.

Surge aí o conceito de mímese, o processo de imitação da natureza, pelo qual se percebe a verdadeira beleza. A arte, diferentemente de uma impressão individual, devia seguir padrões de beleza, definidos pela observação da natureza, pelo equilíbrio entre as formas e sua simetria. Uma arte regrada e procedimental, mas que, diferentemente do modelo de produção contínua e impessoal dos egípcios, valorizava o criador e a criação.

Assim, ao mesmo tempo em que buscava definir padrões de beleza e moldes para o desenvolvimento das artes, a sociedade grega valorizava o talento individual do artista, sua imaginação para a escolha da cena representada, da pose retratada, da mensagem que havia na arte.

Entre as diversas técnicas artísticas gregas destacam-se as pinturas em vasos, figuras negras ou vermelhas pintadas sobre fundos brancos, negros e vermelhos, buscando o melhor contrates. Estilizadas representavam cenas de guerra, de jogos e da mitologia, sempre com a imagem de alguma divindade.

Contudo, foi na escultura que os gregos trouxeram as maiores inovações. Suas representações de homens e de deuses antropomórficos, feitas de maneira impressionantemente realista, eram repletas de detalhes e imitavam perfeitamente a natureza. A busca da mímese tornava-se o verdadeiro padrão de beleza; diversos artistas realizaram estudos e criavam padrões, os chamados cânones, que deveria ser seguidos para uma perfeita imitação da natureza.

Contudo, não há como negar que aquela era uma beleza idealizada, um modelo “médio” do homem grego e de suas formas. Era, em realidade, um padrão a ser seguido, moldado basicamente sobre os atletas e soldados da época.

A busca pelas formas belas traduz-se em uma busca pela simetria, pelo equilíbrio e pela proporcionalidade dos elementos da arte. Isso se faz notar especialmente na arquitetura, área em que os gregos deixaram legados maravilhosos e ainda hoje estudados.

Os padrões de construção, seus elementos básicos e tipos de coluna, por exemplo, ainda são hoje referência para a arquitetura contemporânea. Os edifícios gregos prezavam por uma beleza simples e equilibrada, cujos elementos apresentavam-se harmônicos entre si, criando um conjunto leve e característico.

As ordens arquitetônicas gregas, representadas principalmente por suas colunas, criava uma “linguagem” e um estilo facilmente identificáveis e eram características típicas dos templos gregos, edifícios que buscavam o “divino”. O tamanho das colunas e sua disposição eram calculados para atingir o equilíbrio e a perfeição encontrados na natureza.

Os romanos, fundadores de um dos maiores impérios da história, tomaram emprestados os modelos e padrões gregos para desenvolver sua arte. De tal forma obtiveram sucesso nesta apropriação que até hoje chamamos as manifestações do período de cultura greco-romana. Entretanto, destacam-se nas obras romanas, um desenvolvimento mais apurado das técnicas de pintura, com o desenvolvimento de afrescos e na elaboração de mosaicos.

A arte clássica inaugura um modelo intelectual de expressão, caracterizado pela busca da perfeição. A herança deixada por essa visão artística é riquíssima e são constantes os diálogos com os valores greco-romanos, seja para afirmá-los, seja para contestá-los.

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