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A PARTICIPAÇÃO DO JOVEM EM QUESTÕES SOCIAIS NO BRASIL

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema ”A participação do jovem em projetos sociais no Brasil ”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I  

Redes sociais redefinem ativismo entre os jovens

por Gabriel Fernandes, em Jornal de Campus

Mobilizar a população sempre foi um dos pontos mais complicados na organização de uma manifestação social ou política. Hoje, apesar de geralmente ter menos atuação que no passado, os jovens ativistas que saem às ruas defendendo ideais e direitos possuem na internet uma aliada para chamar atenção do público e participação.

Algumas estratégias de divulgação online viraram regra entre as manifestações com a participação majoritária de jovens ativistas. Mensagens enviadas em massa por e-mail explicam com detalhes os objetivos, as causas defendidas, o discurso dos idealizadores. Eventos criados no Facebook permitem que a notícia se espalhe em uma espécie de boca-a-boca online.

Campanhas no Twitter, que dá ainda a oportunidade de os participantes relatarem os eventos ao vivo, contribuem para agilizar a proliferação das informações. As diversas opções oferecidas pela internet criam a possibilidade de potencializar o alcance das ações propostas, indo além do número de participantes potencialmente maior, mas também chamando mais atenção da mídia, das autoridades e da sociedade.

Exemplos não faltam de movimentos que começaram no mundo virtual e ganharam força nas ruas. No início do ano, milhões de pessoas foram às ruas no mundo árabe pedir por mais mudanças em seus países, em resposta a chamados em redes sociais. Na Espanha, um movimento descentralizado iniciado em fóruns de discussões pela internet tomou conta das ruas de mais de 60 cidades há alguma semanas.

E tanta repercussão acaba por atrair também a fúria das autoridades. O governo da China, por exemplo, bloqueou o acesso a redes sociais como Facebook, Twitter, Flickr, de compartilhamento de fotos, e Linkedln, voltado a contatos profissionais. No Egito, a capital chegou a ficar sem internet para enfraquecer as manifestações.

Soraya Misleh, filha de um refugiado palestino, conta que o Facebook sofreu pressão por parte de sionistas e derrubou a página da terceira intifada palestina. Segundo ela, 350 mil pessoas haviam confirmado a participação. Apesar disso, ela diz acreditar na importância das mídias sociais na mobilização jovem. “As mídias sociais cumprem um papel importantíssimo em todas as lutas. Na onda de revoluções sociais em andamento, tem propiciado não apenas a divulgação desse movimento como também a própria comunicação em diferentes partes do mundo”, afirma.

Em São Paulo, somente na última semana do mês passado, seis manifestações populares foram divulgadas na internet, possuindo causas que iam do tombamento do Cine Belas Artes a um ato contra a violência policial, de um protesto contra o aumento das tarifas de ônibus na capital a um novo “churrasco da gente diferenciada”, em referência a moradores de Higienópolis contra a construção de uma estação de metrô na região.

Não à toa uma pesquisa recente realizada pelo Datafolha, em parceria com a agência de publicidade Box, apontou que 71% dos 1.200 jovens entre 18 e 24 anos ouvidos acreditam que a internet é um instrumento alternativo de mobilização social. Segundo eles, a forma repetitiva e padronizada dos meios convencionais de comunicação ao transmitir as notícias contribui com a migração do debate para o mundo virtual.

TEXTO II

Insatisfação e ocupação de ruas unem jovens ativistas pelo mundo

Primavera Árabe, Occupy, Indignados e os manifestantes nas capitais brasileiras: em todo o mundo, os motivos que levam jovens às ruas são os mais variados. Em comum, a insatisfação e o protesto.

por Marcio Pessôa

São motivos diversos, mas a estratégia de ação é a mesma em todo o mundo: ativistas, jovens em sua maioria, ocupam espaços públicos para manifestações e para expressar sua insatisfação.

Em geral, trata-se da ocupação de espaços simbólicos das cidades, como Wall Street, em Nova York; a praça Tahrir, no Cairo; ou a praça Puerta del Sol, em Madri; o Congresso Nacional ou a Avenida Paulista, no Brasil.

Iguais no ato de protestar, os movimentos se distinguem nos seus objetivos. No mundo árabe, a insatisfação se voltava contra governantes autoritários, há décadas instalados no poder.

Na Espanha, o desemprego e os planos de austeridade motivaram os Indignados a sair às ruas. Em Nova York, o Occupy Wall Street mira a desigualdade econômica e social, apresentando-se como os 99% de desfavorecidos na distribuição da riqueza.

No Brasil, as manifestações começaram em protesto contra o aumento das passagens de ônibus em São Paulo, mas logo ganharam uma dimensão maior, e a agenda também se ampliou.

Algo semelhante acontece na Turquia, onde a repressão policial a um movimento pacífico contrário à construção de um centro comercial em um parque de Istambul gerou revolta de outros setores da sociedade. Assim como no Brasil, grupos diversos, com reivindicações variadas, juntaram-se ao movimento, engrossando a contestação na praça Taksim e no parque Gezi.

Levantes ocasionados por insatisfação política também ocorrem na África subsaariana, mas também em contextos bem únicos. O regime do presidente angolano, José Eduardo dos Santos, enfrenta manifestações de contestação desde o ano passado. São ações lideradas por jovens estudantes e ativistas culturais, severamente reprimidas pelas forças de segurança.

Os brasileiros no contexto mundial

A insatisfação parece ser o único ponto em comum entre os jovens que saem às ruas em todo o mundo. Mesmo no caso de um único país, como o Brasil, é difícil encontrar um tema unindo todos os manifestantes, como argumenta o cientista político Tim Wegenast, da Universidade de Constança. Para ele, existe uma “insatisfação com a política brasileira como um todo”.

Wegenast também não arrisca comparar a onda de protestos brasileira com as contestações à política vigente em Angola há mais de 30 anos. “Angola tem problemas sociais muito contundentes”, afirma Wegenast.

Já o coordenador da organização Mais Democracia, João Roberto Pinto, consegue encontrar semelhanças entre alguns movimentos globais. Ele aproxima as manifestações brasileiras dos Indignados da Espanha e do Occupy Wall Street.

Segundo o cientista político, essas mobilizações têm o mesmo alvo. “O poder econômico vem capturando a representação política. Isso não é novo, mas chegou a um ponto que saturou o povo.”

Já o diretor-executivo da Transparência Brasil, Cláudio Abramo, evita comparar as manifestações brasileiras com as de outros países porque seriam “contextos diferentes”.

Abramo concorda com Pinto quando se fala em crise na representação política no Brasil. Ele diz não acreditar que o motivo dos levantes seja somente o aumento da passagem de ônibus. “Parece ser uma desilusão generalizada perante a representatividade do sistema político. Os partidos não representam ninguém, a não ser a si próprios”, destaca.

Surpresa e contradição

Wegenast diz que não esperava uma mobilização deste porte neste momento no Brasil. “É meio contraditório ver um movimento de insatisfação tendo em vista todo este crescimento econômico e estes programas sociais das últimas décadas”, afirma.

Abramo discorda que haja uma contradição. “A transferência de recursos para camadas mais pobres, como ocorreu nos programas sociais brasileiros, não causa impacto na classe média urbana, que é a camada da população mais sensível às ações do Estado.”

Pinto descarta que os movimentos brasileiros estejam isentos de sofrer influência político-partidária. O coordenador do Mais Democracia celebra o interesse da população de protestar por maior participação nas decisões sobre questões do seu cotidiano.

“No Rio, o pessoal quer discutir as concessões para o sistema de transporte. Querem que as empresas abram suas planilhas de custo para ver a justificativa de distribuição das linhas e de correções nas tarifas”, argumenta.

Em outros países emergentes

Na Turquia, o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan qualificou os protestos de “um ataque à democracia turca”, uma reação bem diferente da expressada pelas autoridades brasileiras. Para Wegenast, o cenário político é outro. “A Turquia é uma quase-democracia, com direitos civis limitados, sem transparência e sem mídia independente”, salienta.

Para o analista, no caso do Brasil não se trata de um governante em perigo, que manda a polícia reprimir violentamente a oposição, como nos países da Primavera Árabe.

Manifestações em outros países do Brics também não encontram semelhanças com a onda de protestos brasileira.

O governo sul-africano não enfrenta levantes em série, mas vem sendo criticado há meses pela repressão à manifestação dos mineiros de Marikana, que deixou 34 mortos em agosto passado. Os trabalhadores reivindicaram melhores salários e foram alvejados pela polícia, numa repressão que lembrou os piores anos do Apartheid.

Na Rússia, além de optar pela repressão, o governo enfrenta os protestos mobilizando organizações aliadas para “contra-manifestações”. Na China, a repressão do regime evita ações mais audaciosas por parte da população. Os levantes brasileiros também não se comparam aos conflitos religiosos na Índia, razão de intervenção enérgica do Estado.

“A repressão na China e na Rússia é para a sobrevivência do regime. Os governos sufocam qualquer movimento para permanecer no poder”, salienta Wegenast. “O Brasil ainda é visto como a democracia mais sólida do Brics.”

GRÁFICO

O que os jovens pensam sobre a política

Alan Rodrigues. Fonte: http://istoe.com.br/380009_O+QUE+OS+JOVENS+PENSAM+SOBRE+A+POLITICA/

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